Sobre Aromaterapia - Entrevista com Fabian Laszlo
Aromatologia em se mostrado eficaz em diferentes áreas
publicado no jornal o tempo em 31/07/2012
Foi no início dos anos 20 que o químico francês René Maurice Gattefosseé publicou seus estudos sobre o poder dos óleos essenciais e seu uso terapêutico. É dele o primeiro livro sobre o assunto no mundo: "Aromathérapie: Les Huiles Essentielles Hormones Vegétales", que está sendo traduzido por Fabian Laszlo, 34, aromatólogo fundador do Instituto Brasileiro de Aromatologia e proprietário da marca Laszlo, de óleos essenciais puríssimos.
Sua fascinação com as plantas e os aromas começou quando tinha 11 anos. Lia, pesquisava; era um buscador. Nunca mais parou. Fabian é mentor e organizador do I Congresso Internacional de Aromatologia, que acontece em Belo Horizonte, e vai reunir um time de especialistas de várias partes do mundo e de diversas áreas que hoje se integram na prática dessa ciência.
"A aromatologia não se limita à parte terapêutica, ou seja, ao uso dos óleos essenciais para tratar da saúde, mas é o estudo científico de todos os potenciais de aplicação, seja na gastronomia, na nutracêutica, como terapia complementar ou anti-inflamatório, na agricultura ou na psicologia. A ideia desse congresso é unir esses saberes, que hoje se encontram fragmentados, pulverizados em todo o mundo", diz Fabian.
O encontro vai reunir personalidades como o médico francês Daniel Penoel, que vai falar sobre a aromaterapia quântica, o italiano Stefano Stefani, que vai apresentar o método conhecido como espargiria, e o médico brasileiro Márcio Bontempo. "O óleo essencial é o verbo da planta, sua expressão, sua forma de se comunicar. Temos priorizado a fala, que tem importância tremenda nas nossas relações, mas o cheiro pode definir ou não uma relação afetiva. Os óleos essenciais podem acessar zonas do olfato que formam nossa memória", ensina Fabian.
A aromatologia vem sendo usada com eficácia para trabalhar problemas emocionais, como traumas, bloqueios, medos e ansiedade. "O cérebro tende a associar memórias", explica Fabian.
Os óleos essenciais são usados de acordo com a história da planta, ou seja, da sua observação na natureza. "Algumas plantas, devido a fatores diversos, como o estresse, por exemplo, são forçadas a se adaptar e modificam seu óleo essencial na tentativa de comunicar uma informação diferente ao meio que as rodeia. São pequenas mensagens como "não se aproxime", quando ela detecta um invasor, como um fungo ou uma praga. Há árvores que desenvolvem um tipo de óleo que não deixa sua seiva se congelar; outras plantas têm óleos que atraem pássaros e abelhas", diz o aromatólogo.
Os óleos têm dimensões insuspeitas. "Eles têm uma complexidade química sinfônica, que gera uma informação energética e vibratória, que pode influenciar positiva ou negativamente a pessoa", diz Fabian.
A ciência, a cada dia, comprova a atuação dos óleos essenciais. Em 2004, dois cientistas, Richard Axel e Linda Buck, ganhadores do Nobel de Medicina, descobriram que 3% do código genético, ou seja, mil genes, são relacionados ao olfato, quantidade extraordinariamente grande.
"Outro trabalho científico sugere que nossa relação com os cheiros tem base genética, e alguns estudos demonstraram que os próprios espermatozoides possuem receptores para moléculas aromáticas, e isso tem relação direta com a fecundação", diz Fabian Laszlo. (AED)